
Lançamento de Webinários sobre Descarbonização e Transição Energética
O webnário “Energy Transitions and Global Crieis – Key issues to address through Innovation” organizado pelo Núcleo de Estudos Globais (NEG) foi realizado nesta quarta-feira (19/8).
Por Jakeline Oliveira
O objetivo do encontro online foi possibilitar a discussão sobre a economia fóssil e as soluções de entraves para a transição energética para uma bioeconomia de baixo carbono. O webnário contou com o apoio da Comissão de Energia da OAB- SP, da Columbia University, do Columbia Global Center no Rio de Janeiro e do Instituto Brasileiro de Direito de Energia.
O debate foi mediado pela professora e visitante da Columbia University Cacia Pimentel, que pontou “descarbonização significa eliminar, substituir, ou mitigar processos que produzam emissão de dióxido de carbono e de outros gases de efeito estufa”.
Laís Forti Thomaz, professora e coordenadora do núcleo de estudos globais, destacou a importância das parcerias do NEG e do desenvolvimento de pesquisas com foco em energias renováveis realizadas no âmbito da FCS-UFG “estas pesquisas devem ainda buscar cada vez mais o diálogo com os gestores governamentais e o setor privado, pois só assim teremos políticas públicas que promovam a bioeconomia que serão capazes de gerar um verdadeiro impacto positivo na sociedade”. Concluiu.
O destaque internacional do webnário foi a participação do Professor Michael Gerrard que é fundador e diretor do Sabin Center of Climate Change Law. Foi abordado por Gerrard os instrumentos legais para a descarbonização, baseado no modelo dos Estados Unidos, assim como os pilares para uma economia de baixa emissão de carbono. O professor e especialista argumentou que “para a transição energética, taxar o carbono apenas não é o suficiente, está é uma medida que deve ser tomada em conjunto com outros instrumentos legais de forma eficiente” Tradução livre.
Luiz Horta Nogueira, professor aposentado da Universidade Federal de Itajubá e coordenador do Bioen/Fapesp, afirmou que o consumo atual de petróleo não é sustentável e pontou que a transição energética é inquestionável. Luiz Horta comentou que duas importantes empresas produtoras de etanol no Brasil são a British Petroleum e a Shell, uma prova da abertura para transição energética em empresas tradicionalmente petrolíferas. “Temos a descarbonização, descentralização, democratização e digitalização justificando mudanças profundas no setor energético, que é um setor robusto da economia global que determina governos caírem e escalas de poder” acrescentou.
Ocasião, foi apresentado as dificuldades de implementação de agenda política em relação ao avanço das pautas de descarbonização. A então presidente da Comissão Especial de Direito de Energia da OAB-SP, Maria João Rolim, observou que a maior dificuldade que o direito tem na área de energia é se adaptar a esse momento de transição energética, porque o direito é apegado ao direito administrativo. “ Transição é uma palavra de ordem e movimento”, ponderou.
No painel também esteve Thomas Trebat, diretor do Columbia Global Center – Rio que destacou o trabalho da Columbia University e o intercâmbio entre a Universidade norte-americana e o Brasil. Ele falou também sobre a New School of Climate, que vai possibilitar que a universidade se empenhe no desenvolvimento de novas tecnologias para lidar com a mudança climática.
Na conjuntura do debate foi abordado pelos especialistas as alternativas para o Brasil para a consolidação de uma economia verde e o Renovabio despontou como melhor programa na opinião dos pesquisadores. O pesquisador associado do NEG, Marcelo Dias também expôs a mudança do clima como um dos problemas mais graves enfrentados pela sociedade. E o Renovabio surge como grande exemplo no avanço da agenda brasileira, mas com mudanças ainda a serem implementadas. Jaime Finguerut do Instituto de Tecnologia Canavieira apontou que o Renovabio comparado ao Proálcool é voltado ao mercado, sem nenhum imposto ou subsídio, sem nenhum financiador externo. “É o começo da bioeconomia no Brasil” ressaltou.
O reitor da Universidade Federal de Goiás, Prof. Dr. Edward Madureira Brasil também destaco a importância da iniciativa do webnário e assegurou buscar o apoio das universidades federais para que a descarbonização seja um tema cada vez mais discutido e desenvolvido nas universidades brasileiras.
O webnário faz parte de uma série de lives que será apresentada no canal oficial da UFG, no Youtube.
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=VqnfOzWPAKg&t=1167s
https://www.youtube.com/watch?v=7W3jJtn72Yg